Marcos Ferreira e Ruan Wills desenvolvem, há alguns anos, uma pesquisa conjunta que atravessa diferentes projetos no campo da dança e da performance. Movidos por uma investigação contínua sobre corpo, memória, ancestralidade e tecnologias do movimento, os artistas constroem um percurso que articula criação artística, prática pedagógica e reflexão crítica.

A base de sua pesquisa nasce de um olhar atento às próprias experiências enquanto corpos negros e LGBTQIA+ em diálogo com a cidade de Salvador e suas dinâmicas socioculturais. Suas criações partem de uma abordagem multidirecional, revisitando referências que atravessam o tempo: passado, presente e futuro coexistem e se entrelaçam como potência criativa. Entendendo a existência como algo que pulsa em diferentes camadas temporais, Marcos e Ruan investigam como as movimentações do corpo – suas gingas, deslocamentos e resistências – podem ser compreendidas como verdadeiras tecnologias de criação, sobrevivência e comunicação.